![]() |
© REUTERS/Stefano Rellandini |
Após o adiamento por alguns dias, o
primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, entregou nesta quarta-feira
(7) seu pedido formal de renúncia ao presidente Sergio Mattarella. Os
dois líderes se reuniram por cerca de 45 minutos na sede do governo
italiano em Roma.
Segundo o secretário-geral da Quirinale, Ugo Zampetti, as consultas
da Presidência para a formação do novo governo italiano serão iniciadas
amanhã (8), a partir das 18h (15h no horário de Brasília). Esse é o
primeiro passo formal de Mattarella para a tentativa de formar um novo
governo e não convocar eleições diretas rapidamente.
A renúncia: O primeiro-ministro decidiu renunciar após a população
rejeitar, por um placar de 60% a 40%, sua reforma constitucional no
referendo do último domingo (4). Renzi apostou todo o seu capital
político no projeto, que reduzia o tamanho do Senado e promovia uma
série de mudanças na Constituição italiana. Na segunda-feira (5), o
premier reuniu seu gabinete no Palácio Chigi, também em Roma, e
agradeceu a seus ministros "pela colaboração e pelo espírito de equipe
demonstrado nesses anos de governo. Em seguida, como manda o protocolo,
se dirigiu ao Quirinale para entregar a carta de renúncia. No entanto,
após um pedido de Mattarella, Renzi permaneceu no cargo para que o fosse
aprovada a lei orçamentária para 2017 no Senado. Caso não houvesse
aprovação até o fim deste ano, ela deixaria a Itália estagnada e sem
poder fazer os gastos necessários do governo.
O projeto, então, foi submetido ao chamado "voto de confiança", que
faz com que o texto seja aprovado da maneira que foi apresentado, sem a
possibilidade de adicionar emendas ou retirar partes da lei. Com isso,
ele foi aprovado na manhã de hoje por 173 votos a favor e 108 contra.
Mais tarde, ao presidir pela última vez a reunião de sua sigla, o
Partido Democrático (PD), como premier italiano, Renzi propôs duas
soluções para o período pós-renúncia: ou fazer um governo "de
responsabilidade" nacional com representantes de todas as forças
políticas ou convocar novas eleições rapidamente.
"Somos o partido que tem a maioria. Precisamos dar uma mão ao
presidente da República a encerrar a crise [do governo] na modalidade
que ele escolherá", disse ainda aos membros do PD.
Nos casos de renúncia de um premier, a decisão final é sempre do
presidente da República, que pode aceitar o pedido e iniciar consultas
para formar um novo governo, dissolver o Parlamento e convocar eleições
ou até mesmo manter o premier para um gabinete de objetivo definido.
(ANSA)
Tags
NOTÍCIAS