Encerrando um ciclo iniciado este ano, o Partido Verde (PV-PE), sob o
comando do presidente estadual, Carlos Augusto Costa, finalizou a 10ª
etapa do Recife Bom para Viver, no último sábado (19). O projeto, que
busca recolher sugestões de melhoria para a Cidade e percorre 18
microrregiões da capital, contemplou a Microrregião 6.2 – que envolve
os bairros do Ibura e Jordão, atestando a problemática das cheias e a
autossuficiência nas ações dos moradores.
A iniciativa encontrou problemas semelhantes nas localidades, mas
também ações dos moradores no sentido de melhorar a vida da população
desses locais. Entre as propostas, está a apresentada pelo locutor
Alexandre de Castro, para minimizar os problemas da ausência de
saneamento básico adequado, na Rua da Aviação no Ibura, que consiste
de caixas de cimentos para dejetos implantadas ‘ao pé’ dos muros de
algumas casas.
Logo depois, em já na antiga Rua da Azeitona, assim chamada porque
havia muitas árvores da fruta, o mestre de obras Antônio Luiz de Souza
também está fazendo o seu próprio esgoto caseiro, já que não dispõe de
local adequado para descarte de resíduos. “É uma caixa de gordura de
cozinha e área de serviços”, explica o morador local há mais de três
décadas.
Outra iniciativa observada na localidade, na Rua da Azeitona, foi a
caixa para resíduos instalada pelo mestre de obras Antônio Luiz de
Souza, que recolhe dejetos que seriam despejados na rua. “A situação
desta rua já é muito complicada devido aos alagamentos”, explica o
morador. “Se formos despejar esse material na lama, as condições de
moradia vão piorar”, acrescenta.
Ele tem levado a orientação aos demais moradores para que todos possam
evitar que a água seja jogada nas ruas. “A situação desta rua já muito
complicada devido aos alagamentos”, explica ele, entre um e outro
avião que passa rente aos telhados das casas a cada cinco minutos. “Se
formos despejar esse material na lama, as condições de moradia vão
piorar”.
Em meio aos sete quilômetros percorridos pelo Recife Bom pra Viver, no
último fim de semana, ficou claro que um dos maiores problemas
enfrentados pela população são as cheias. Uma das vítimas desse
processo é a aposentada dona Regina Avelino Ramos, de 76 anos. Com sua
residência localizada nos fundos do canal do Moxotó, ela sofre com as
enchentes, pois as casas que aluga – entre as quais a que vive a filha
e o marido que se recupera de um AVC – , são inundadas pelas águas
imundas do canal, devido aos problemas de drenagem da estrutura.
Sobre o problema, o engenheiro florestal Josemario Lucena explica que
a solução é relativamente simples. “Tem que desassorear e revestir as
laterais com concreto e, se possível, mantê-lo limpo”, defende o
especialista.
Se no Ibura o problema das cheias é uma constante, no bairro do Jordão
o lixo na rua e nos canais predomina sobre a paisagem. O pior exemplo
na ladeira conhecida por “Caldo de Cana”, na Rua Francisco Beltrão,
onde o esgoto jorra em meio às águas pluviais.
“Já ligamos para o número 0800 deles que passa toda a gravação e na
hora de atender cai a ligação’, conta o morador José Maria, preocupado
com a possibilidade de dengue e outras doenças transmitidas pelos
mosquitos presentes, devido ao lixo acumulado e poças de água no
local.
De volta em 2016. O Recife Bom Para Viver dá uma parada agora em
dezembro e volta no inicio de janeiro. A 11 ª caminhada do projeto
será no dia 9/01. As caminhadas seguirão até o dia 12/03, quando se
encerram na Praça do Marco Zero, no bairro do Recife.