Fim da agonia: Santa Cruz vence a primeira na Série B

foto/NE10
Acabou a agonia. O futebol seguro na defesa e bem mais criativo no meio deu ao Santa Cruz sua primeira vitória na Série B 2014. A vítima do tricolor foi o Boa Esporte, na noite desta terça-feira (27), em Varginha. Nininho no final do primeiro tempo e Betinho no segundo marcaram os gols que tiraram os corais da incômoda zona de rebaixamento, agora com dez pontos.
O Santa Cruz seguiu a cartilha de um time que quer vencer e não dar sopa para o azar. Mandou seus meias e volantes para o campo de ataque do Boa impedirem qualquer pensamento de progressão do adversário. Para se ter uma ideia do posicionamento da equipe, o lateral-esquerdo Renatinho era quase um segundo atacante pelo lado esquerdo. Quem comemorou foi Leo Gamalho, tão isolado em jornadas anteriores, agora estava cercado de companheiros. E mostrou que se a fase de finalizador não está boa, a de garçom vai muito bem obrigado.
A primeira foi aos dez minutos. Ele deu um chapéu num adversário e acionou Memo. O volante tentou Carlos Alberto mas foi forte demais e a bola perdeu-se na linha de fundo. Na segunda, o camisa 9 mandou de trivela para Memo – figura carimbada no setor ofensivo no início da partida – soltar uma bomba no rosto do goleiro Leandro. Antes disso, o volante já cabeceara com muito perigo. Leandro impediu o gol.
O problema do Santa foi não manter a marcação. Quando perdia a bola no ataque, os jogadores não atacavam o homem da bola de imediato. O resultado era o contra-ataque. Ainda não conseguiam acertar o passe final, mas já tinha muita gente de vermelho rondando a área. O goleiro Tiago Cardoso só foi fazer a primeira defesa aos 28 num chute de longe de Pedrinho. Mas até aí, o Boa usou os dois lados do campo para encontrar Fábio Júnior. Os zagueiros corais estavam atentos para não deixar a jogada se concretizar.
Essa queda de rendimento no jogo sem a bola não diminuiu o perigo dos corais, mas reduziu sua frequência. Aos 24, Danilo Pires encontrou Pingo entrando pelo lado esquerdo da área. O atacante chutou de canhota e a bola passou raspando a trave. A resposta mineira veio com ares de replay: Pedrinho chutou do mesmo lugar, no mesmo canto e Tiago Cardoso fez a mesma defesa, igualmente repetindo o escanteio cedido anteriormente.
Faltava um jogador se apresentar. O lateral-direito Nininho. O Santa estava meio torto para a esquerda. O prata da casa resolveu dar o ar da graça no final da etapa e o fez para mudar a história do jogo. Pingo recebeu pelo meio e tocou de calcanhar. Mateus escorreugou e Nininho apareceu de surpresa no mesmo setor que Memo quase fez a festa nos minutos iniciais. Ele tocou na saída do goleiro, por cobertura, com estilo. Santa Cruz 1×0.
Ninguém mexeu na volta para o segundo tempo, mas o Santa mudou de postura. Trouxe quase todo mundo para o campo de defesa – a exceção foi Leo Gamalho – para tentar surpreender nos contra-ataques. As oportunidades surgiram mas o Santa é um time que toca a bola mais na horizontal que na vertical. O Boa não tinha o que fazer a não ser ir para cima.
E chegaram bem perto logo aos oito minutos. Numa cobrança de escanteio, Thiago Carvalho foi no décimo andar e cabeceou para baixo. Seu xará sem a letra H estava atento e veloz para fazer a defesa. Ainda teve rebote para Moisés Ribeiro e ele acertou a rede, só que pelo lado de fora. FOi a melhor e última grande chance.
O time da casa passou a tocar muito a bola. De um lado para o outro, sem grandes consequências. O Santa ensaiava os contra-ataques mas errava quando chegava perto da área. Numa delas, Danilo Pires mesmo caído conseguiu cruzar mas Carlos Alberto não chegou. O mesmo Danilo Pires entrou driblando na área e foi derrubado por Mateus. O árbitro estava próximo e apontou a cal.
Betinho, que entrara no lugar de um cansado Leo Gamalho, apresentou-se para a cobrança. Mandou forte, no canto alto direito de Leandro, que desta vez não pôde salvar seu time. Pela primeira vez na Série B o tricolor marcava dois gols no mesmo jogo. Era o antídoto para a síndrome dos empates. Tiago Cardoso ainda fez o que não é de seu hábito: errar. Aos 40 minutos ele saiu do gol esquisito e deixou a bola nos pés de Betinho, o do Boa. Para sorte dele, o chute saiu de qualquer jeito, por cima.
Ficha do jogo:
Boa Esporte-MG: Leandro; Maranhão, Thiago Carvalho, Mateus e Marinho Donizete; Moisés Ribeiro, Betinho (Marcão), Pedrinho e Malaquias (Denner); Fábio Júnior e Diego (Michel Douglas). Técnico: Nedo Xavier.
Santa Cruz: Tiago Cardoso; Nininho, Everton Sena, Renan Fonseca e Renatinho; Sandro Manoel, Memo, Danilo Pires e Carlos Alberto (Adilson); Pingo (Emerson Santos) e Leo Gamalho (Betinho). Técnico: Sérgio Guedes.
Local: Estádio Dilzon Melo, em Varginha-MG. Árbitro: Bráulio da Silva Machado (SC). Assistentes: Ângelo Bechi e Rosnei Hoffmann Scherer (ambos de SC). Gols: Nininho, aos 43 do primeiro; Betinho, aos 31 do segundo tempo. Cartões amarelos: Diego, Malaquias, Leo Gamalho, Carlos Alberto e Pingo.
Fonte: Blog do Torcedor

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